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Nem Tudo na Convenção do Condomínio Vale na Prática

A convenção de condomínio é um documento essencial que rege a vida em comunidade. No entanto, nem todas as regras estabelecidas nesse documento podem ser aplicadas na prática. Entender essa diferença é fundamental para evitar conflitos e garantir uma convivência harmônica entre os condôminos.

A seguir, abordaremos as razões pelas quais certas normas da convenção podem não ser aplicáveis e como lidar com essas situações.

1. Conflito com a Legislação Vigente

Uma das principais razões pelas quais uma regra da convenção do condomínio pode não ser aplicada é o conflito com a legislação vigente. A convenção deve estar alinhada com as leis federais, estaduais e municipais. Se uma regra contraria alguma dessas leis, ela se torna inaplicável, mesmo se aprovada em Assembleia.

Por exemplo, se a convenção estabelece que um morador não pode manter animais de estimação em sua unidade, essa norma pode ser contestada, já que o Código Civil garante o direito de manter animais, desde que não causem incômodos aos demais moradores. Nesse caso, a legislação superior prevalece, e a regra da convenção perde validade.

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2. Restrições que Ferem Direitos Fundamentais

Regras que violam direitos fundamentais dos condôminos são outra categoria que pode ser considerada inaplicável. As convenções que restringem de forma excessiva a liberdade dos moradores ou impõem condições discriminatórias são passíveis de anulação.

Por exemplo, uma convenção que limite o uso das áreas comuns apenas a determinadas pessoas, excluindo outras com base em critérios como idade, raça ou religião, é claramente inconstitucional. Em situações assim, os condôminos afetados têm o direito de contestar a norma e buscar sua anulação judicial.

3. Normas Contrárias à Função Social da Propriedade

Todos os proprietários devem respeitar o conceito de função social da propriedade, um princípio constitucional. Sendo assim, podem declarar nulas as normas que vão contra esse princípio. A função social da propriedade implica que o uso da propriedade deve atender ao bem-estar coletivo e ao desenvolvimento sustentável da comunidade.

Os condôminos podem contestar a regra se a convenção do condomínio proibir a instalação de painéis solares nas unidades, argumentando que eles afetam a estética do edifício. A instalação de painéis solares contribui para a sustentabilidade e o uso consciente de recursos naturais, o que está em total conformidade com a função social da propriedade.

4. Alterações de Normas sem Aprovação Unânime

Outro ponto de atenção é que mudanças na convenção do condomínio que não tenham sido aprovadas de forma unânime pelos condôminos podem não ser aplicadas. Portanto, como a convenção é um documento importante, apenas uma assembleia geral, onde todos os condôminos participam e votam, pode alterá-la.

Se não convocarem devidamente ou não alcançarem o quórum necessário, os condôminos podem contestar e reverter a alteração. É essencial tomar todas as decisões que impactem diretamente os direitos dos moradores de forma transparente e democrática.

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5. Regulamentações Obsoletas

Com o tempo, algumas regras previstas na convenção podem se tornar obsoletas, seja por avanços tecnológicos, mudanças na sociedade ou novos padrões de comportamento. Nesse contexto, regras criadas em outra época podem perder o sentido no cenário atual.

Por exemplo, uma convenção que proíbe o uso de determinados tipos de veículos, como bicicletas elétricas, em áreas comuns, pode parecer desatualizada. Com o crescente uso desses veículos como meio de transporte sustentável, podemos revisar essa regra para adequá-la à realidade atual.

6. A Necessidade de Revisar a Convenção Regularmente

É crucial revisar periodicamente a convenção do condomínio, devido ao seu potencial de obsolescência e aos conflitos com a legislação. Portanto, a cada revisão, os condôminos devem avaliar se as regras ainda fazem sentido e se estão em conformidade com as leis vigentes e os direitos fundamentais.

A revisão regular da convenção pode prevenir muitos conflitos e garantir que as normas do condomínio reflitam as necessidades e valores atuais dos moradores. Além disso, essa prática contribui para uma convivência mais harmoniosa e para a preservação dos direitos de todos os condôminos.

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Conclusão

Não se pode aplicar tudo que está na convenção do condomínio. É necessário revisar ou até anular regras que entram em conflito com a legislação, ferem direitos fundamentais ou se tornam obsoletas. A revisão regular da convenção é essencial para assegurar que ela esteja sempre em conformidade com as leis e as necessidades dos moradores. Portanto, condôminos e síndicos devem estar atentos e agir de forma proativa para manter a harmonia e o bem-estar no ambiente condominial.

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