O boleto bancário é um dos meios de pagamento mais utilizados na atualidade pelos brasileiros. Para se ter uma ideia são gerados mais de 3 milhões anualmente e só perde para o cartão de crédito. E em meio a essa grande quantidade, o ramo acabou se tornando um campo fértil para golpes de estelionatários, incluindo hackers.
Dentro dos condomínios é muito comum o recebimento de cobranças de impostos, além das contas de consumo. Por isso, é preciso redobrar a atenção para não cair no golpe do boleto falso.
Segundo a Serasa, existem milhares de fraudes cometidas através de um boleto falso. Em 2019, por exemplo, o número aumentou 55% em relação ao ano anterior.
Vamos conhecer algumas das mais conhecidas. A ideia é evitar cair em qualquer tipo de fraude.
Bolware (vírus do boleto)
Essa é a fraude mais comum. Por meio de um vírus instalado no computador do cliente, o criminoso consegue alterar os dados digitáveis de um boleto bancário, transferindo assim o valor pago para a conta dele ou de um laranja.
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Para a empresa que gerou o boleto original, ele nunca foi pago. Já o consumidor acha que realizou o pagamento, mas percebe que não recebeu o produto. No caso de serviço, só percebe a fraude quando é surpreendido por cobranças.
Para evitar a ação destes vírus nas fraudes de boleto, é importante utilizar um bom antivírus no computador e conferir sempre se os dados da empresa, que vai receber o valor, estão preenchidos de forma correta no boleto.
Segunda via
A vítima não pediu, mas de repente chega no e-mail uma segunda via de um boleto.
Muitas pessoas acabam caindo neste golpe, porque o criminoso costuma deixar a aparência do boleto muito parecida com a original. Mas o código a ser pago direciona o valor pra outra conta.
Outra possibilidade comum é que essa segunda via do boleto falso esteja carregado de vírus, o que ajuda os criminosos a acessarem todos os dados salvos no computador da vítima.
Vendedor falso em marketplaces
Para quem gosta de fazer compras pela internet precisa ficar ligado aos anúncios muito atrativos e que não direcionam a um site oficial, por exemplo.
Por meio de um anúncio mentiroso, um fraudador pode direcionar a conversa para outro ambiente e negociar por e-mail, redes sociais ou WhatsApp. Assim, com promoções atrativas, ele induz a vítima a pagar o boleto falso. O dinheiro cai na conta e o produto nunca é entregue.
Caso isso aconteça, se o fraudador utilizou o nome de alguma loja online conhecida, o que geralmente acontece, essa empresa não é obrigada a se responsabilizar pelo golpe, já que o pagamento não foi realizado pela plataforma e a negociação direcionada para fora do ambiente da empresa.
Para não cair em golpes, como esse, o cliente deve sempre concluir a compra e realizar pagamentos dentro da plataforma oficial da loja.
Falso erro de pagamento
Criminosos se passam por empresas e prestadores de serviços e enviem para o e-mail da vítima um boleto fraudado.
Nesse caso, eles normalmente dizem que houve um erro no processamento do débito automático, por exemplo. E afirma que daquela vez será preciso pagar o boleto que está em anexo no e-mail.
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Caso isso aconteça é sempre importante conferir bem as informações e, principalmente, entrar em contato com o prestador de serviço ou empresa, antes do pagamento.
Mas atenção! Nada de ligar para o número de telefone que vier pra você por e-mail. Procure nos sites oficiais o número real do call center. Nada de cair em outro golpe.
Roubo de malotes nos Correios
Neste caso o fraudador conta com a ajuda de funcionários dos Correios, que separam os envelopes com boletos de cobrança e entregam a ele.
Com os boletos em mãos é possível adulterar o código de barras, que logo em seguida é enviado para o cliente.
Ao pagar o valor expresso no boleto, o dinheiro é depositado em contas abertas pelo criminoso.
Como perceber a fraude?
- Quando é corrompido, o código de barras fica com espaços em branco. Esses buracos são os responsáveis pelo erro de leitura pelos caixas eletrônicos ou aplicativos baseados no QR Code.
- Quando um comprovante de pagamento com linha digitável não coincide com a gerada pelo sistema é provável que o boleto tenha sido fraudado.
- As numerações modificadas das linhas digitáveis dos documentos são sempre parecidas. Dessa forma, ao emitir mais de um boleto e perceber um número muito similar, abra o olho;
- Os logos dos bancos nem sempre correspondem ao código correto de identificação. Normalmente o banco é alterado para um diferente, na linha digitável;
- Os três primeiros números do boleto são o código do banco, cada um tem o seu. Se o código não corresponder ao do banco, desconfie;
- Quando você digita o número ou passa o código no caixa eletrônico aparece o nome da empresa que está recebendo o valor, fique atento e verifique se o nome da empresa está correto. Se for numa lotérica ou caixa é só pedir para verificar;
- Quando o boleto vem por e-mail como link. Atenção redobrada.
Qual o papel do banco?
Por causa do crescimento no número de fraudes, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) precisou criar uma nova plataforma de boleto que entrou totalmente em vigor em meados de 2018.
O que isso significa? Que os boletos passaram a ser registrados e as informações são centralizadas e consultadas antes do pagamento.
Desta forma é possível saber o valor original do boleto e o seu beneficiário. Assim foi possível reduzir muito o número de fraudes porque no momento do pagamento é possível checar se está se pagando para a empresa certa.
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O sistema também dificultou a vida do fraudador, que vai precisar registrar o boleto imediatamente no sistema bancário, se não, a vítima não vai conseguir paga-lo.
Paguei um boleto adulterado. E agora?
Segundo o Procon, o banco emissor do boleto possui a responsabilidade. Então, a primeira coisa a fazer é procurar o gerente. Ele pode até querer dificultar, mas tem a obrigação de rastrear a conta para qual o dinheiro foi direcionado, e assim promover o estorno ou direcionar para a conta correta.
É importante ter em mãos; o boleto original, boleto adulterado e o comprovante de pagamento.
Também não pode esquecer de fazer um Boletim da Ocorrência na Polícia, notificando por escrito o banco.
E por fim, e não menos importante, descobrir de onde veio à fraude. Caso seja de um vírus, o computador precisa ser formatado (mesmo se o anti-vírus não localizar o vírus). Se for um chupa-cabras na agência, ela tem que ser avisada para apurar o fato.
Para a compra que não foi processada por meio de uma instituição – e é, portanto, um documento falso –, a vítima tem apenas como opção se dirigir a polícia.